A iniciativa de doar óvulos surgiu da vontade em ajudar alguém a realizar um sonho de ter um filho, uma realidade que conheço muito bem, pois tenho um filhote com três aninhos e ser mãe é, sem dúvida, o melhor do mundo! Ao pensar nas pessoas que não conseguem ter um filho, e no seu desgaste emocional, tive compaixão.
Quando descobri que poderia ser dadora de óvulos e, depois de falar com o meu marido e de ter a sua concordância, procurei uma clínica onde me pudesse inscrever como dadora. Pedi que me contactassem e, na semana seguinte, já tinha consulta marcada. Estava ansiosa que chegasse o dia, pois queria muito ajudar alguém que tanto anseia pela chegada de um filho.
No dia da consulta fui muito bem recebida. Foram-me explicados todos os parâmetros relacionados com a doação e esclarecidas as minhas dúvidas. Fiz uma ecografia e uma citologia cervico-vaginal. De seguida, tirei sangue para análises para confirmar que estava de boa saúde, as quais incluíam uma análise genética para ver se poderia ter algum problema nos meus genes que pudesse afetar o futuro bebé. No fim, tive uma consulta de psicologia onde, mais uma vez, foram esclarecidas todas as minhas dúvidas e explicado todo o processo de doação. Gostei muito da minha primeira consulta, da qual saí ainda com mais vontade de ser dadora.
Ligaram-me da clínica a informar que fui aceite como dadora! Estou radiante!
Hoje fui a uma nova consulta para fazer outra ecografia vaginal e para me explicarem como funciona a medicação que eu mesma farei em casa para estimular a produção de óvulos. É uma medicação injetável que terei de tomar desde o primeiro dia da próxima menstruação e durante sete dias. Depois voltarei à clínica para fazer nova ecografia e ver se já é possível fazer a punção dos óvulos. Caso ainda não estejam maduros, terei de tomar mais medicação. Agora é só esperar pela próxima menstruação e rezar para que dê tudo certo!
Tomei hoje a primeira injeção e não doeu nadinha! Estava com receio ao início, pois odeio injeções, apesar de também já ser dadora de sangue. Mas quando fiz a primeira injeção, fiquei estupefacta ao constatar que não doeu! Nem senti a agulha entrar! E ainda bem, pois terei de fazer esta medicação nos próximos seis dias.
Hoje fui à clínica fazer uma ecografia para ver os resultados e, para minha felicidade, tinha óvulos mais que suficientes para a punção, que ficou marcada para daqui a dois dias. Amanhã tomarei a última injeção em casa. Durante estes dias, não senti efeitos secundários. Fiz tudo direitinho e está quase a chegar o grande dia!
Hoje foi o dia da punção e tive de estar em jejum seis horas, pois como ia ser levemente sedada teria de ter o estômago vazio. Entrei na clínica de manhãzinha e, um tempo depois, fui para o bloco, sempre muito bem seguida e tratada. No bloco deram-me então a anestesia e eu dormi cerca de 15 minutos para que fosse feita a punção. No fim, fui levada para o quarto para repousar, sempre acompanhada do meu marido. Ao fim de duas horas e depois de tomar um chá com bolachas, tive alta.
No dia seguinte à punção estava bem, sem qualquer dor. Uma semana depois, ligaram-me da clínica para saber como eu estava e se correu tudo bem, ao que respondi que sim e que, acima de tudo, estava muito feliz e orgulhosa por poder fazer algo tão importante para uma família. A sensação de poder ajudar é maravilhosa. Por isso, já decidi que, daqui a três meses, vou agendar a minha segunda doação.